O Café com Mogi News desta terça-feira (22) traz uma entrevista com Paulo Pinhal, arquiteto, urbanista e professor na Universidade de Mogi das Cruzes. Em sua trajetória, o profissional foi influenciado inicialmente por seu pai, que era mestre de obras, e o primo Aristeu Martins Júnior. Ao longo dos anos, ele mantém sua paixão pelo desenho e pela arte. "Desde sempre, o desenho e a pintura foram uma parte essencial da minha vida", revelou Pinhal.

Pinhal destaca como a Arquitetura é uma fusão de técnica e arte, ressaltando a importância de unir a criatividade com a funcionalidade na execução de projetos. “A arte sempre esteve comigo, é uma coisa que eu não consigo desvincular. A Arquitetura ensina a gente a ter disciplina. Nós falamos que o lado direito do cérebro é o lado da emoção, e o lado esquerdo é o lado da razão, porém o arquiteto tem que trabalhar com os dois lados, porque ao mesmo tempo que eu estou viajando nas minhas ideias, aquela ideia tem que ficar em pé, tem custo, tem que ser executado”, disse.

Saiba mais nesta entrevista especial, com apoio da Padaria Tita. 


Café com Mogi News: Como foi a sua carreira acadêmica? O que te levou para Arquitetura? 

Paulo Pinhal:  Bom, primeiro quero agradecer a oportunidade de estar aqui com você Geraldo e toda a equipe do Mogi News. Me sinto envaidecido de poder falar um pouco sobre a minha carreira, sobre mim, sobre a cidade também.

Meu pai era mestre de obra, então a gente sempre cheirava pó de cimento. Eu fiz técnico de eletrônica, mas imaginava uma casa que você batesse palma, e aparecia a sala. Sempre algo conectado com alguma coisa ligado a Arquitetura. E sempre desenhei, pintei. Uma vez um primo arquiteto, viu os desenhos que estavam expostos e falou: “Você podia fazer Arquitetura”. Eu não sabia nada de Arquitetura, eu imaginava que era fazer umas casinhas. 

Esse meu primo, Aristeu Martins Júnior, que hoje mora em Natal, ele acabou de certa forma me influenciando a entrar no curso de Arquitetura, onde eu consegui me encontrar, porque lá a gente unia a técnica com a arte, e Arquitetura é isso é técnica e arte. Ele também me deu a oportunidade de ter contato com bons profissionais, porque não adianta você só ter vontade, você também tem que conhecer. Eu fui trabalhar com o Eduardo Corona, o Aurélio Longo, que eram arquitetos que trabalhavam com Oscar Niemeyer. O Aurélio tinha vindo de Argel (capital da Argélia), um trabalho que o Oscar tinha feito lá e eles começaram a dar oportunidade para mim. Nós fizemos o Paço Municipal de Florianópolis (SP), várias agências bancárias do Banespa, a Universidade de Taubaté e projetos que saiam daquela escala que eu tinha dentro do meu universo.

Então hoje, graças a essa formação, eu consigo fazer de um simples banheiro de uma casa de periferia a uma estação orbital. Para mim não tem trava, tudo é um programa de necessidades, e ver o que que precisa ser feito.

Eu tenho debatido muito com as pessoas que todo mundo pensa em metro quadrado, você vai pagar o IPTU? Metro quadrado. Vai comprar um projeto? Metro quadrado, mas na realidade nós vivemos num metro cúbico, e aí quando você pensa numa estação subaquática ou orbital, não é metro quadrado, uma nave espacial é metro cúbico. Então eu fico nessa reflexão.

Esse início de formação foi muito importante, me abriu a mente e aí vem o processo criativo também. A arte sempre esteve comigo e é uma coisa que eu não consigo desvincular. É claro que a Arquitetura ensina a gente a ter disciplina, porque a gente fala que o lado direito do cérebro é o lado da emoção, e do lado esquerdo é o lado da razão, só que o arquiteto tem que trabalhar com os dois lados. Ao mesmo tempo que eu estou viajando nas minhas ideias, aquela ideia tem que ficar em pé, tem custo, tem que ser executado.

Como eu comentei, se precisar fazer uma casa simples ou a pessoa fala: “meu orçamento é R$ 10 mil e eu preciso fazer uma casa”, eu vou procurar uma maneira de resolver o problema da pessoa. Já trabalhei com pessoas bem abonadas. Eu tenho um banheiro que custou US$ 40 mil. Eu confesso para vocês que não está publicado em revista, e esse banheiro eu fiz porque o cliente tinha condições de fazer e tinha bom gosto, então vamos lá executar.

Mas, por outro lado, tem algumas unidades que eu fiz na periferia, que eu sou apaixonado, porque eram condições simples, era um desafio. Você tinha que conciliar o uso do espaço com a disponibilidade financeira, com o entorno. Quando você consegue juntar tudo isso, e depois você escuta do cliente: “Nossa eu agradeço todo dia de estar nessa casa, naquele cantinho maravilhoso que você fez”. E é isso que a gente espera como arquiteto.


CMN:  Como a arte e Arquitetura se relacionam?

Pinhal: A Arquitetura é são emoções. O que a gente tem visto, por exemplo, aqui na cidade, uns falam que é caixa de sapato, e eu falo que é depósito de gente. As pessoas já estabeleceram que um prédio, um apartamento, tem que ter dois dormitórios, três dormitórios, sabe? Já definiu os espaços mínimos, porque isso o próprio mercado imobiliário acaba colocando.

No entanto, se você vai fazer uma construção e faz um pé direito duplo na sala, você já dá uma emoção, porque aumenta o espaço trabalhando com o que a gente chama de proporção áurea. Você aumenta o espaço mesmo ele sendo pequeno. 

Eu uso muito isso na minha casa, no meu escritório como também, por exemplo, em piscina, quando eu vou fazer eu faço dentro da proporção áurea. A proporção áurea nos ensina o belo, e Arquitetura é isso, ela tem que dar emoção, quer seja no espaço que você entra, no conforto ambiental, você tem que se sentir bem. Quando você faz uma casa de tijolinho, no inverno ela está quente,  e no calor, ela está fresquinha, e isso é bacana.

Eu tive a oportunidade de fazer uma casa em Manaus (AM), uma casa de 500 m², e essa casa só tem um ar-condicionado. Lá faz calor de 40,° 45° graus na sombra, e ela só tem um ar-condicionado no quarto da minha cliente que gosta de dormir de coberta. Agora a casa inteira não tem ar condicionado. Trabalhei só a questão de ventilação, conforto ambiental e o mais gostoso é o seguinte: dois anos depois o cliente contratou uma equipe de filmagem e fez um filme passeando por dentro da casa. Eu fiquei mais emocionado ainda porque ele foi falando: “Olha aqui esse espaço que você criou é onde a gente fica com a criançada”. A única coisa que ele pediu desculpa foi que ele fez alteração, ele colocou uma tela de proteção por causa do filho.

A gente vê até a questão do respeito, e aí eu aproveito para falar o seguinte: muita gente sabe que santo de casa não faz milagre. Se me perguntar assim: “Tem muito projeto em Mogi?”. Não, não tem muito projeto. Tem gente que já me rotulou, e eu estava falando de semiótica para você, eu já sou rotulado. Eu encontro com pessoas em evento social que falam assim: “Eu tinha um projeto para fazer, mas eu você é muito caro”, e nem sabe o preço. “Você é muito caro e só pega coisas grandes”. Não pego qualquer coisa. “Meu projeto tinha 200 m²”, para mim está ótimo 200 metros quadrados, Nossa Senhora dá para brincar. 

Eu acabei de falar que a gente faz até casa na periferia, e eu apresentei um projeto para o sr. Henrique num terreno de uma cliente. Ele adorou o projeto. Eu coloquei na ideia dela que esse terreno na área central daria para fazer um prédio e ele gostou. Mas aí ele deixou um recado para mim, que é importante e está ligado, tudo é semiótica. “Olha, Pinhal, eu não contrato arquitetos de Mogi para fazer qualquer edifício, porque já pensou o mesmo arquiteto que construiu o apartamento do meu cliente é o arquiteto construiu a casa da empregada, e isso daí não pega bem”. 

Eu faço Arquitetura não para mim, tudo são soluções que eu tenho que encontrar. Você fazer um projeto onde o recurso financeiro é um dos itens que você tem considerar, porque aí é a questão da criatividade. Eu tenho uma cliente que sempre que a gente ia na loja não perguntava o preço de nada, a gente só ficava discutindo se combina ou não, e a secretária ficava separando. Imagina vocês que delícia isso, mas não são todos os clientes. 

Mas eu falo para vocês que os meus melhores projetos não estão em Mogi, Eu tenho um projeto e faço obra no Rio de Janeiro, Manaus, Minas Gerais, China, Luanda, Angola. É essa filosofia de não ter limite. Na minha formação que eu aprendi que a Arquitetura não tem limite, e então hoje quando eu falo de uma estação orbital, se me encomendar e me pagar, eu faço. “Eu quero fazer um restaurante embaixo da represa”, vamos embora. “Vamos fazer a Arquitetura Náutica”, sem problema. Eu não encontro nenhum tipo de limite, o que eu preciso é ter o cliente, e se o cliente me solicitar e pagar o que eu o que eu pedi, a gente faz qualquer coisa.


CMN: Tendo esse ponto de vista criativo de projetar, como a inteligência artificial pode vir a substituir ou esse processo criativo não tem como substituir?

Pinhal: Acho que o processo criativo é meio difícil. O criativo nós temos que entender mais como um insight. Quando eu falo de inteligência artificial é o seguinte: a gente está tendo aí várias imagens, mas primeiro tudo depende do prompt, que é a pergunta. Eu até falo para os meus alunos: “Gente, vocês são uma geração que tem todas as respostas, mas tem que saber fazer a pergunta”. Essa é a primeira coisa. A segunda condição é que você tem 20% do que ele coloca lá é descartável, está tudo errado. Se você escrever no chat GPT, por exemplo, “quem é o arquiteto Pinhal?”, eles vão falar que eu fiz a Universidade de Mogi, que eu construí, e é tudo mentir. No caso do GPT, eles têm um banco de dados até 2021, quando você pega um plus ainda ele atualiza, mas hoje a gente tem usado outros, tem o Bing que colabora, o próprio Canvas tem um texto inteligente, então a gente acaba fazendo uma misturada.

E o que é um processo criativo? São conexões que você faz de duas ideias diferentes, dois caminhos, duas sugestões diferentes que você entrelaça, e esse é o processo criativo. É difícil a gente falar isso, mas quando eu estava fazendo doutorado na USP, tinha uma disciplina que chamava Processo Criativo, e o professor falava: “Vocês têm que fazer um círculo de sete centímetros de raio. Só que não pode usar nenhum tipo de equipamento”. Cada um ficava matutando. Eu peguei a foto 3x4, é o que eu falei do processo criativo, você tem uma missão, tem um problema e tem que encontrar a solução.

É uma outra coisa que eu sempre falo para os meus alunos, que nós temos que pensar em soluções. O arquiteto tem uma casa para fazer e o terreno tem uma declividade acentuada, como é que você vai resolver isso? Como é que você vai dar acessibilidade para  acessar a casa? Como é que você vai fazer funcionar? Você vai fazer dois pavimentos. Atualmente qualquer projeto que eu faço, eu costumo deixar um espaço para um elevador. Custa caro hoje, mas abaixou muito. Então resolvi o problema de acessibilidade. 

A gente vê o seguinte e é importante, porque eu faço uma casa para você, um sobradinho, e você vai envelhecer, pode ir num jogo de futebol, tem uma contusão e ficar um tempo sem poder subir escada, tem um pós-operatório, olha quanta coisa. Eu fiz uma casa no final da Avenida São Paulo, que ela é baseada em saúde nas habitações. É uma casa que ela é preparada para a senhora que mora e fez 82 anos, mas quando eu fiz, ela tinha uns 70 anos. É uma casa que tem as barras de apoio no banheiro, não tem o box, é uma casa segura. A gente fala isso dentro do conceito da Fiocruz, que fala que a maioria dos acidentes domésticos acontecem no percurso do dormitório pro banheiro. A pessoa acorda de noite, pisa no tapetinho e escorrega. 

Nós eliminamos tapete, eliminamos o criado mudo, que é fixo. Nesse projeto tem um sensor de presença na frente do banheiro. A cliente colocou o braço para fora da cama, acende a luz e ela consegue ir no banheiro com segurança. Tanto a torneira como as maçanetas, você consegue abrir com o cotovelo, porque é outra coisa esse movimento da mão. Às vezes com o tempo a pessoa acaba tendo dificuldade com aquelas maçanetinhas de bola.


CMN: Paulo, gostaria de entender também um pouco mais da questão do urbanismo, quais são os desafios que a gente tem hoje em Mogi das Cruzes, o que pode ser feito?

Pinhal: Vou falar como urbanista. Mogi hoje pertence à Metrópole Paulistana, que faz parte da única megalópole da América Latina, e por esse caminho passa aí uns 60%, quase 70% do PIB do Brasil. A cidade de São Paulo, ela se alastrou tanto, que hoje a gente é considerado Grande São Paulo. O vetor de crescimento, se você pegar a cidade de São Paulo, como centro, tanto Norte, o Sul e Oeste, você encontra barreiras naturais: Serra, Serra do Mar, Cantareira, e já teve o boom para o lado oeste.

O nosso vetor de crescimento da Metrópole é a Zona Leste, exatamente onde nós estamos. Então nós temos uma cidade quatrocentona, que ela é colonial, com ruas estreitas que foram feitas para carroça, as calçadas ainda têm uma origem um tanto escravagista, porque são calçados e estreitos para um andar atrás do outro. Já começa lá com os indígenas que faziam os caminhos e  continua. Nós temos um centro da cidade consolidado.

Por outro lado, a gente tem 60% da nossa região de Mogi das Cruzes como área de preservação. Então veja bem a pressão que existe imobiliária para nós que estamos numa área extremamente privilegiada, porque a gente está aí há 30 km do Aeroporto de Guarulhos, e você vai para qualquer lugar; estamos a 50 km do litoral, mas recebendo todo esse impacto que a gente tem de urbanização é o nosso maior problema. Hoje na questão de urbanização, há um fenômeno que a gente chama de conurbação. Ela é a perda da identidade com o local. O que eu vou falar talvez o público vai se identificar, pois antigamente as pessoas para sair daquele lugar que ela morava eram muito resistentes, porque conhecia toda a vizinhança. Hoje a gente vê o seguinte: por conta do deslocamento, a pessoa muda de local com uma simplicidade, porque vai ficar mais próximo do trabalho. 

A gente não se fixa no local com esse fenômeno da conurbação. O segundo momento é quando a gente fala perda da identidade é que as pessoas que estão chegando aqui, não têm histórico, para eles uma Igreja do Carmo de 400 anos é uma igreja velha, o Casarão dos Duques é uma casa velha. O centro da cidade e aquelas casas para quem está chegando não têm história, não têm identidade, relevância, isso daí é uma coisa tão maluca. 

Eu tenho um casarão de 170 anos, e na pandemia eu comecei a fazer a distribuição dos meus bens para os meus filhos. O filho que morava na época no Morumbi, quando eu falei: “O casarão vai ficar com você”, e ele disse: “Legal pai, ponho no chão e faço um estacionamento”. Para mim foi a casa dos meus avós, tem toda uma história, foi um centro cultural, então tem todo um sentido, mas para essa juventude que não participou, não vivenciou... 

Eu acho que o mais importante desse processo de conurbação é o aumento de individualismo. Por exemplo, hoje tem muita gente que mora em apartamento e não conhece quem mora do lado, não conhece quem mora em cima, só cruza no elevador. É diferente quando você vai numa cidade, como Biritiba, Salesópolis, a pessoa mudou pra casa e eles já sabem quem é fulano.

Esse individualismo é uma coisa assim, você está no centro de São Paulo, e se alguém cair na sua frente, você desvia, você não vai atender a pessoa de medo. Você não sabe se é golpe. Em Salesópolis, se a pessoa cair na sua frente, você vai lá e acolhe. Então veja bem a mudança de comportamento geográfico em questão de algumas distâncias, mas o grande desafio do nosso urbanismo aqui em Mogi das Cruzes, é a mobilidade, mas também nós estamos em vias de até 2030 mais 250 mil habitantes no vetor Leste. O empreendedor ele pensa só em lucro.

Eu, como urbanista, o que que eu venho trabalhando? Eu já venho trabalhando nesse sentido. Primeiro, nós conseguimos o Conselho do Patrimônio (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico – Comphap) que mantém a ambiência tanto de Sabaúna como em Taiaçupeba. E o que é a ambiência? Veja bem, de um lado você tem uma propriedade que custa R$ 600 mil e um terreno do outro lado com uma casa daquelas antigas que custa R$ 100 mil. O cara vai comprar a casa e vai transformar. Ele vai descaracterizar a própria cidade, então a ambiência que eu falo é essa descaracterização.

A pressão Imobiliária não tem jeito. Se alguém chega pra pessoa e oferece o dinheiro, e ela está precisando. Na área central, a maioria das construções são todas irregulares de documentos, porque foi passando para herdeiros. São pessoas que não têm documento, elas têm contrato, têm as escrituras de alguém que já morreu, não foi feito partilha, então esse pessoal consegue com dinheiro é regularizar tudo isso pronto. 


CMN: Como a gente pode resolver esse problema da personalização da cidade?

Pinhal: Eu acho que o adulto já é mais difícil, a pessoa já vem com repertório. Tudo o que eu vejo como solução é educação patrimonial, é a educação nas escolas. Todas as escolas têm que ensinar pra criança que é importante cada monumento. Dentro da semiótica tem isso é uma coisa gente, então ela é coisa até que a gente saiba o significado dela. Quando não se sabe o significado, você passa na frente é uma igreja velha. 

A partir do momento que você vai com a criança, o adulto e explica que aquela parede é uma parede de taipa, que é o barro socado, que a massa tem até estrume de vaca, ela começa a dar um significado para quando a pessoa vê falar: “Olha isso aqui foi construído há 400 anos, essa pintura tem 300 anos e foi feita com folha de urucum e tinta natural”. Então isso acaba tendo um valor. 

É o que nós fazemos quando a gente vai viajar para qualquer outro lugar. Vai para Ouro Preto (MG), por exemplo, e você vê uma cidade colonial: “Ah, ali passou Tiradentes e tal”; vai para o Rio de Janeiro, e em alguns locais a gente vê a qualidade arquitetônica. A partir desse momento, a gente consegue ter respeito pelo edifício e começa a ter respeito pela cidade. Então o caminho é a educação de todas as escolas aqui de Mogi. Elas tinham que ter uma disciplina que seria a educação patrimonial, do nosso patrimônio e do nosso patrimônio histórico. A partir do momento que a gente conhece, pode ter certeza que a gente valoriza perfeitamente.