O Exército israelense vai “concentrar” suas operações na cidade de Gaza, no norte do território palestino, para atacar de “forma decisiva” o Hamas, anunciou nesse sábado (17) o chefe do Estado-Maior. “Hoje aprovamos o plano para a próxima fase da guerra”, declarou Eyal Zamir, durante à Faixa de Gaza, citado em comunicado do Exército. “Manteremos o ímpeto da operação, concentrando-nos na cidade de Gaza”, acrescentou, referindo-se à ofensiva de grande escala anunciada em meados de maio pelo Exército no território palestino, em guerra há 22 meses. Lembrando que Gaza é considerada por Israel um dos últimos redutos do movimento islâmico palestino Hamas, Zamir afirmou que os ataques continuarão até sua “derrota decisiva”, com os reféns “no centro” das preocupações israelenses. As declarações do chefe do Estado-Maior sobre “planos que visam a ocupar Gaza são a promessa de nova onda de extermínio e deslocamento massivo”, reagiu o movimento islâmico em seu site oficial. O Hamas considera a ação “um crime de guerra de grande dimensão, que reflete o desprezo do ocupante pelas leis internacionais e humanitárias”, levado a cabo “com o apoio político e militar dos Estados Unidos, que deram carta branca a Israel”. Israel afirmou que se prepara para assumir o controle da cidade de Gaza e de campos de refugiados vizinhos, com o objetivo declarado de derrotar o Hamas e libertar os reféns raptados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha anunciado, no final da semana passada, a aprovação do novo plano, ratificado pelo seu gabinete de segurança, para uma nova fase das operações na Faixa de Gaza, sem referência à operação anunciada em maio. Essa operação “atingiu os seus objetivos, o Hamas já não tem a mesma capacidade de antes”, afirmou o chefe do Exército. “A campanha atual não é pontual”, mas insere-se “numa estratégia planejada a longo prazo” que visa em primeiro lugar o Irã, adiantou, sem, no entanto, fazer referência ao plano de Netanyahu. Na sexta-feira, o Exército tinha confirmado que suas tropas estavam realizando uma série de operações na periferia de Gaza, onde os habitantes relatam, há vários dias, intensos bombardeios e incursões terrestres. Na noite desse sábado, o Cogat, organismo dependente do Ministério da Defesa e responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos, anunciou que a partir de hoje seriam “fornecidas tendas e outros equipamentos de abrigo, no âmbito dos preparativos de Tsahal para deslocar a população das zonas de combate para o sul da Faixa de Gaza, visando à sua proteção”. As declarações sobre a "instalação de tendas no sul de Gaza sob um pretexto humanitário, representam flagrante manobra para encobrir o massacre iminente e o deslocamento forçado”, reagiu o Hamas. Segundo a rádio militar, o objetivo do Exército seria, até 7 de outubro, não só “retirar a população de Gaza, mas também concluir o cerco da cidade e assumir o controle operacional”. “Pelo menos quatro divisões serão destacadas para a Faixa de Gaza no âmbito da nova operação”, acrescentou a rádio, citando a mobilização de “várias brigadas da reserva, ou seja, dezenas de milhares de soldados”. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas ONU: plano de Israel para assentamento viola direito internacional EUA suspendem vistos para pessoas de Gaza Netanyahu diz que nova ofensiva em Gaza começará em breve