Os países membros da União Europeia votaram nesta quinta-feira (24) para aprovar contratarifas sobre € 93 bilhões em produtos norte-americanos, que poderão ser impostas caso o bloco não consiga chegar a um acordo comercial com os Estados Unidos, disseram diplomatas da UE. A Comissão Europeia, órgão executivo do bloco de 27 países, havia dito na quarta-feira (23) que seu foco principal era alcançar um resultado negociado com Washington para evitar as tarifas de 30% que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que aplicará em 1º de agosto. A Comissão afirmou que prosseguiria paralelamente com os planos para possíveis contramedidas, fundindo dois pacotes de tarifas propostas de € 21 bilhões e € 72 bilhões em uma única lista e submetendo-a à aprovação dos membros da UE. Nenhuma contramedida entrará em vigor até 7 de agosto. Até o momento, a UE não impôs nenhuma contramedida apesar dos repetidos anúncios de tarifas feitos por Trump, sendo que as mais amplas foram adiadas. Os membros da UE autorizaram o primeiro pacote de contramedidas em abril, mas elas foram imediatamente suspensas para dar tempo às negociações. Acordo A UE e os Estados Unidos parecem estar caminhando para um possível acordo comercial, de acordo com diplomatas da UE, o que resultaria em uma tarifa ampla de 15% sobre os produtos da UE importados para os EUA, semelhante a um acordo que Washington firmou com o Japão. Trump ainda precisaria tomar uma decisão final. De acordo com as linhas gerais do possível acordo, a alíquota de 15% poderia ser aplicada a setores que incluem automóveis e produtos farmacêuticos e não seria somada às tarifas norte-americanas de longa data, que são, em média, de pouco menos de 5%. Também poderia haver concessões para setores como aeronaves, madeira e alguns medicamentos e produtos agrícolas, que não sofreriam tarifas, segundo diplomatas. Entretanto, Washington não parece disposto a reduzir sua tarifa de 50% sobre o aço. Relacionadas Na OMC, Brasil diz que tarifas não podem ser usadas contra soberania Estados Unidos fecham acordo tarifário com o Japão