As autoridades russas fecharam nesta terça-feira a ponte de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia continental, depois de os serviços secretos da Ucrânia terem anunciado que causaram danos nas fundações da ponte. “O tráfego rodoviário na ponte da Crimeia foi temporariamente suspenso”, disse o centro de informação rodoviário, citado pelas agências russas. O conselheiro do líder da Crimeia, Oleg Kriuchkov, relatou “intensas atividades militares ucranianas no Mar Negro, ao largo da costa da Crimeia”, segundo a agência de notícias espanhola EFE. Kriuchkov denunciou que circulavam informações falsas nas redes ucranianas e apelou para que o público confiasse apenas nas fontes oficiais. Informações nas redes sociais russas alertam para a existência de  grande número de drones náuticos em toda a Crimeia e, em particular, na direção da ponte, onde as forças ucranianas estariam tentando ultrapassar os bloqueios flutuantes. É a segunda interrupção do tráfego hoje, depois de o acesso à ponte ter sido fechado logo cedo. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) informou que danificou as fundações da ponte de Kerch, ao detonar 1.100 quilos de explosivos colocados debaixo da água. A explosão ocorreu às 4h44 locais junto a uma das fundações da ponte, numa operação cuja preparação “durou vários meses”, segundo o SBU. “Os agentes colocaram minas nas fundações dessa estrutura ilegal. E hoje, sem qualquer vítima civil, foi ativado o primeiro dispositivo explosivo", disse o SBU em comunicado, publicado junto com um vídeo e uma foto da ponte danificada. Este é o terceiro ataque ucraniano desde o início da guerra contra a ponte, cuja construção foi determinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, após a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia em 2014. O chefe do SBU, Vasil Maliuk, supervisionou pessoalmente a operação. No comunicado, Maliuk explicou que “a ponte da Crimeia é um alvo absolutamente legítimo”, uma vez que foi construída para ligar a Rússia ao território ucraniano ocupado. A ponte serve também como “artéria logística para abastecer” o Exército russo. “A Crimeia é a Ucrânia, e qualquer expressão de ocupação será recebida com resposta retumbante”, disse Maliuk. No domingo (1º), os serviços de segurança ucranianos realizaram uma operação que foi classificada como a mais ambiciosa atrás das linhas inimigas desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Um ataque em grande escala com drones visou várias bases aéreas russas, algumas localizadas a milhares de quilômetros da fronteira da Ucrânia com a Rússia. Cerca de 40 aviões de guerra russos foram atingidos. De acordo com relatório de perdas divulgado pelo Estado-Maior ucraniano, a Rússia perdeu 12 aeronaves nessa operação das forças ucranianas, enquanto os demais aviões atingidos ficaram danificados. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Rússia e Ucrânia intensificam guerra às vésperas de negociação de paz Rússia faz ataque recorde contra a Ucrânia com 355 drones Ucrânia ataca bombardeiros russos em meio a negociações de paz