Ruanda e a República Democrática do Congo assinaram um acordo de paz mediado pelos Estados Unidos nesta sexta-feira (27), aumentando as esperanças do fim dos conflitos que mataram milhares de pessoas e deslocaram centenas de milhares de pessoas este ano. O acordo marca um avanço nas negociações, que deve atrair bilhões de dólares em investimentos ocidentais para uma região rica em tântalo, ouro, cobalto, cobre, lítio e outros minerais. Em uma cerimônia com o presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington, os ministros das Relações Exteriores dos dois países africanos assinaram o documento, comprometendo-se a implementar um acordo de 2024 que prevê a retirada das tropas ruandesas do leste do Congo em 90 dias, de acordo com uma versão rubricada por equipes técnicas na semana passada e vista pela Reuters. O ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, chamou o acordo de "um ponto de virada". A ministra das Relações Exteriores da República Democrática do Congo, Therese Kayikwamba Wagner, disse que "o acordo agora deve ser seguido pelo desligamento". Ruanda enviou pelo menos 7 mil soldados através da fronteira, segundo analistas e diplomatas, em apoio aos rebeldes do M23, que tomaram as duas maiores cidades do leste do Congo e áreas de mineração lucrativas em um avanço relâmpago no início deste ano. Os avanços do M23 neste ano, o mais recente ciclo de um conflito de décadas com raízes no genocídio de Ruanda em 1994, despertaram temores de que uma guerra mais ampla pudesse envolver os vizinhos do Congo. (Produção: Kyoko Gasha) É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas República Democrática do Congo: grupo anuncia cessar-fogo humanitário Diversas embaixadas, dentre elas a do Brasil, são atacadas no Congo