O governo brasileiro vai participar da 7ª edição da Semana de Ação Climática de Londres, que ocorre entre este sábado (21) e o próximo dia 29 de junho, e deve reunir 45 mil pessoas em 700 eventos na capital do Reino Unido. Esse é um dos principais eventos sobre clima da Europa. Governos, especialistas, investidores, empresas e organizações da sociedade civil de todo o mundo discutem medidas para combater a crise climática causada, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis que ameaça a segurança global devido ao aumento dos eventos climáticos extremos. Entre os objetivos do encontro está o de contribuir com o debate rumo à COP30, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climática, que vai ocorrer em Belém (PA), em novembro deste ano. A participação do Brasil na Semana Climática de Londres é mais um esforço para mobilizar governos e sociedades para construir soluções globais contra a crise climática, facilitando acordos na COP30. Reuniões preparatórias Nos últimos 10 dias, representantes do governo brasileiro e da sociedade civil do país estiveram em Bonn, na Alemanha, em reuniões preparatórios para o evento em Belém. Nesses encontros, discutiu-se medidas para implementação dos acordos firmados nas COPs anteriores. “Já estamos vivendo a emergência climática, que invade nossas casas e nossas vidas, e atinge desproporcionalmente os mais vulneráveis. Para termos uma chance, precisamos de ação coletiva e urgente”, informou a secretária nacional de mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e diretora-executiva da COP30, Ana Toni, no evento na Alemanha. Na Alemanha, o Brasil apresentou carta com 30 objetivos chaves para aumentar a proteção ao clima, como reverter a degradação florestal até 2030 e triplicar as fontes de energia renováveis. Além de Ana Toni, irão representar o governo brasileiro na Semana de Ação Climática de Londres o presidente da COP30, embaixador André Aranha Corrêa do Lago, e a secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito. Também está prevista a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres. A secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e Diretora-Executiva (CEO) da COP30, Ana Toni. Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil Crise climática O aquecimento da Terra é provocado, principalmente, pela emissão de gases do efeito estufa durante a queima de combustíveis fósseis. As mudanças causadas no clima são debatidas, pelo menos, desde 1992, em inúmeras conferências governamentais e da sociedade civil e empresarial. Em 2015, o Acordo de Paris fixou compromisso de limitar o aquecimento da terra em 1,5º C acima dos níveis pré-industriais. Para isso, será preciso reduzir substancialmente o nível da emissão de gases do efeito estufa. Após eleição de Donald Trump, os Estados Unidos (EUA), um dos maiores poluidores do planeta, decidiram abandonar o Acordo de Paris, prejudicando os esforços para limitar o aquecimento da terra. Além disso, as emissões vêm crescendo ano a ano principalmente por causa da queima de carvão, petróleo e gás. A ONU informou que 2024 foi o ano mais quente em 175 anos. As mudanças climáticas ainda impulsionam os desastres climáticos, a exemplo da catástrofe que se abateu sobre o Rio Grande do Sul (RS) em maio do ano passado. Estudo mostra que desastres climáticos no Brasil aumentaram 250% em quatro anos (2020-2023). Relacionadas Presidência da COP30 propõe agenda de ação global para conferência Em ano de COP30, evento em Belém debate restauração da Amazônia Começa conferência de Bonn que abre negociações para COP30