O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou nesta sexta-feira (9) para o “agravamento da fome na África Ocidental e Central, no momento em que as necessidades atingem níveis recordes”. De acordo com a agência humanitária da ONU, mais de 36 milhões de pessoas lutam para "satisfazer suas necessidades alimentares”. O número pode aumentar para 52 milhões de pessoas neste verão, durante a época de escassez, entre duas colheitas, “incluindo quase 3 milhões em situações de emergência”, segundo o PAM. “Os conflitos persistentes, os deslocamentos de populações, a deterioração da situação econômica e as condições meteorológicas extremas recorrentes na África Ocidental e Central estão a empurrar milhões de pessoas para níveis de fome de emergência”, diz comunicado. No final de março, a agência das Nações Unidas falou de uma “crise sem precedentes” devido a um corte de 40% no seu financiamento para 2025. Além do fim dos programas de ajuda sob a égide da Agência de Desenvolvimento dos Estados Unidos (Usaid), decidido por Donald Trump, vários países ocidentais reduziram as despesas nesse domínio. No final de abril, o PAM anunciou que teria de reduzir a sua força de trabalho em 25% a 30% em todo o mundo. “Cinco milhões de pessoas correm o risco de ficar privadas de assistência alimentar vital se não for recebido um financiamento urgente”, alertou a organização. “Estamos num momento crítico em que milhões de vidas estão em jogo”, afirmou a diretora regional do PAM para a África Ocidental e Central, Margot van der Velden. “Sem financiamento imediato, o PAM será forçado a reduzir ainda mais o número de pessoas a serem alimentadas e o tamanho das porções alimentares a distribuir”, acrescentou. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Cúpula soma US$ 27,2 bilhões para financiar combate à fome Em Paris, autoridades pedem investimentos globais no combate à fome Brasil busca fortalecer laços com a África no setor agrícola