Horas após policiais federais, auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal fazerem buscas e apreenderem documentos na sede da empresa CNR Tecnologia, a empresa assegurou não ter nenhuma participação nos fatos investigados no âmbito da Operação Dissímulo, deflagrada nesta terça-feira (11). “Esclarecemos categoricamente que a CNR Tecnologia não possui nenhum vínculo com os fatos investigados ou com as partes envolvidas que atualmente estejam sob escrutínio das autoridades competentes”, acrescenta a empresa, credenciada em órgãos públicos de trânsito de diversas unidades federativas para prestar serviços de registro eletrônico de contratos de financiamento de veículos. A empresa ressalta que gestores e colaboradores não têm relação com os investigados e que está à disposição para colaborar com as autoridades. A CNR ainda defende que se pauta pela integridade operacional e ética empresarial, contando ainda com uma rígida política interna de controle (compliance) contra fraudes, desvios ou corrupção. “Possuímos um comitê de compliance ativo e eficaz que monitora continuamente nossas operações e práticas comerciais para garantir que todos os padrões legais e éticos sejam cumpridos integralmente. Estamos comprometidos em manter a boa reputação que construímos no mercado e temos plena confiança de que as investigações demonstrarão nossa total idoneidade e compromisso com práticas empresariais corretas e transparentes”, conclui a empresa. Por se tratar de uma investigação em curso, a PF e a Receita Federal limitam a divulgação de detalhes, não identificando os suspeitos. Conforme a Agência Brasil apurou, outro alvo da operação é a R7 Facilities, companhia de engenharia da capital federal que presta serviços de manutenção predial a diferentes órgãos públicos, incluindo a própria Polícia Federal. A reportagem entrou em contato com R7, e mantém espaço aberto para posicionamento. Segundo a PF, as suspeitas de fraudes em licitações na área de terceirizações vêm sendo investigadas desde abril de 2024. Durante esse tempo, os investigadores reuniram indícios de que diferentes empresas com vínculos entre si se associaram para burlar licitações públicas, fraudando a declaração de informações societárias a fim de obter benefícios fiscais e, assim, obter vantagens indevidas frente à concorrência. Ainda de acordo com a PF, os suspeitos empregavam laranjas como sócios das empresas para ocultar os verdadeiros beneficiários de dezenas de contratos com a administração pública, alvos da investigação. Se confirmadas as suspeitas, os investigados podem responder pelos crimes de frustração do caráter competitivo de licitação, uso de documentos falso, falsidade ideológica e estelionato contra a administração pública. Relacionadas Empresas do DF são alvo de operação contra supostas fraudes